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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A VIDA MONÁSTICA NO MOSTEIRO

Nesse contexto, o monaquismo beneditino reconhece como ponto fundamental, sentido da sua existência e sua razão de ser, a busca de Deus (“si revera Deum querit” = se busca verdadeiramente a Deus, Regra de São Bento 64). Busca de Deus que, no âmbito da Revelação Cristã, identifica-se com o conhecimento de Cristo, conhecimento este que, por sua vez, está necessariamente relacionado com o seguimento de Jesus. Logo, buscar verdadeiramente a Deus é conhecer a Cristo e conhecer verdadeiramente a Cristo é segui-lo, tornar-se seu discípulo e amigo. Ora, falando aos Abades beneditinos em 1966, o Papa Paulo VI assim definia os monges: “Aeterni Dei estis investigatores” sois pesquisadores do Deus Eterno. Nesta fórmula, ele traduzia em termos modernos, e no latim ciceroniado da Cúria, a velha definição do monaquismo segundo a tradição beneditina: “Si revera Deum Quaerit” – isto é, a autenticidade da vocação do candidato é reconhecida “se, na verdade, ele procura a Deus”. Essa terminologia de origem bíblica foi sempre mantida no monaquismo. Ela é hoje carregada de novas riquezas e cheia de imensa impregnação intelectual e humana. Tal vocabulário pode aplicar-se com propriedade ao que os antigos monges chamavam de busca de Deus (Quaesitio Dei). O projeto que inspira a vida monástica obedece, pois, a certo ideal e a uma esperança. Na vida beneditina, este ideal de “buscar verdadeiramente a Deus” e “nada antepor ao amor de Cristo” se estrutura sobre três pilares: a oração (ora), o estudo (legere) e o trabalho (et labora). Estas são as colunas que sustentam a sólida  edificação da vida monástica beneditina como sendo uma Escola do Serviço do Senhor, “Schola Dominici Servitii”  (Prólogo da Regra de São Bento, 45). O Papa Bento XVI afirmou:


Os mosteiros, «buscando Cristo e fixando o olhar nas realidades eternas, convertem-se em oásis espirituais que indicam à humanidade a primazia absoluta de Deus, através da adoração contínua dessa misteriosa, mas real presença divina no mundo, e da comunhão fraterna vivida no mandamento novo do amor e do serviço recíproco».
O Papa convidou os monges contemplativos a «viverem o Evangelho de forma radical», «cultivando profundamente a união esponsal com Cristo» na espera «da manifestação gloriosa do Salvador».
Quando se vive a vocação desta forma, «então o monaquismo pode constituir para todas as formas de vida religiosa e de consagração uma memória do que é essencial e que tem a primazia na vida de todo batizado: buscar Cristo e não antepor nada ao seu amor».
Acrescentou que os mosteiros «devem ser cada vez mais oásis de vida ascética», onde se cultive o conhecimento das Escrituras: «O caminho assinalado por Deus para esta busca e para alcançar este amor é sua própria Palavra, que se oferece nas Sagradas Escrituras».
     A vida Monástica é voltada para o sagrado, voltada para o Primeiro, para Jesus Cristo, Manso e Humilde de coração, é nesse olhar que voltamos nossa vida a busca de regresso a Pátria. A vida Monástica se desenvolve sob uma formação antes de tudo formadora de monges, é esse o ideal. Ao entrar no Mosteiro o desejo de buscar a Deus deve-se ao desejo de ser monge, centralizar-se neste ideial sem outras buscas, pois do contrário não se firme na vida monástica porque a intenção e as buscas fugiam dos objetivos do Mosteiro, que é formar homens em monges dentro de uma espiritualidade centrada em Cristo. Quem vem ao Mosteiro ou deseja entrar em um não pode esquecer-se de deixar o homem velho lá fora, pois do contrário causará sofrimento aos que estão na busca, ainda por guardar os maus vícios do mundo, sem o desejo de esquece-los em uma vida anterior a da entrada. Não pode esquecer de deixar lá fora o orgulho, a vaidade e o respeito, pois do contrário não poderá encontrar-se com a humildade, mãe de todas as virtudes.

sábado, 23 de abril de 2011

A VERDADE

Os filósofos chamam qualquer entidade que pode ser verdadeira ou falsa de portador da verdade. Assim, um portador da verdade, no sentido filosófico, não é uma pessoa ou Deus.
Para alguns filósofos, alguns portadores da verdade são primitivos; outros são derivados. Filósofos dizem, por exemplo, que as proposições são as únicas coisas literalmente verdadeiras. Uma proposição é uma entidade abstrata a qual é expressa por uma frase, defendida em uma crença ou afirmada em um juízo. Nossa capacidade de apreender proposições é a razão ou entendimento. Todas essas manifestações da linguagem são ditas verdadeiras apenas se expressam, defendem ou afirmam proposições verdadeiras. Assim, frases em diferentes línguas, como por exemplo o português e o inglês, podem expressar a mesma proposição. A frase "O céu é azul" expressa a mesma proposição que a frase "The sky is blue".
Já para outros filósofos proposições e entidades abstratas em geral são misteriosas, e por isso pouco auxiliam na explicação. Por isso tomam as frases e outras manifestações da linguagem como os portadores da verdade fundamentais.
Ou seja a verdade para a filosofia e uma coisa única e contraditoria pela Mentira.